Cada vez mais estas duas artes - Arquitetura e Moda - servem de influência uma para outra.
Diversos arquitetos (motivados pelo design, flexibilidade e desconstrutivismo dos tecidos) buscam na moda inspirações para projetar espaços fluidos e dinâmicos. Por outro lado muitos estilistas, com o intuito de buscar uma identificação com a linguagem das paisagens atuais, se inspiram nos edifícios para desenhar roupas que complementam a atmosfera urbana.
Um exemplo atual é o estilista italiano Armani, que se inspirou na pureza da Bauhaus - escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda que funcionou entre 1919 e 1933 na Alemanha - para criar a coleção Primavera/Verão 2009/2010. Outro exemplo é a estilista Frida Giannini, responsável pela linha masculina da Gucci, que inspirada nas obras de Oscar Niemeyer (que por sua vez, se inspira nas mulheres) desenhou, também, a coleção Primavera/ Verão 2010.
Quanto a arquitetura que se inspira na moda, cito o mercado emergente de luxo de grifes que solicitam projetos arquitetônicos que transmitam a imagem da marca. O bairro Omotesando, localizado em Tokyo, no japão é um exemplo do crescimento deste mercado. A Avenida principal é formada por verdadeiros impérios únicos de grifes como Dior, Prada, Tods, Louis Vuitton, entre outros. Estes prédios representam a mesma linguagem contemporânea, inovadora e criativa de suas marcas, ajudando a agregar valor as grifes e aumentado a exclusividade das roupas e acessórios para os clientes.
A Arquitetura inspira a Moda...
A estilista Frida Giannini se inspirou na Arquitetura de Niemeyer para criar a coleção masculina primavera/verão 2009/2010.
Foto: oglobo.globo.com
O estilista Bottega Venetta se inspirou na obra do arquiteto Frank Gehry.
Foto: Vogue italiana
O estilista italiano Armani foi inspirado pelo modernismo da Bauhaus para a criação da coleção primavera/verão 2009/ 2010.
Fotos: moda.terra.com.br
A Moda inspira a Arquitetura...
O Prada Store (Epicenter) tem as fachadas levantadas em aço estrutural, formando uma caixa caledoscópia com tramas em losangos preenchidas por vidros planos, côncavos e convexos. Esse formato, aparentemente irregular, faz com que os vidros sejam diferenciados pela incidência da luz, lembrando um bloco de cristal.
As portas de acesso acompanham a angulação. Além de agradar esteticamente, esta trama ajuda na estabilidade do edifício, já que em Tokyo ocorrem muitos terremotos. O escritório suíço Herzog & de Meuron (vencedor do Pritzker em 2001) é o responsável por essa obra inovadora.
O interior é decorado com as cores branco e creme. As mesas expositoras baixas são compostas de fibra de vidro com iluminação interna.
Fotos: figure-ground.com
A loja da Dior de Omotesando tem as fachadas formadas de acrílico termoformatado com cortinas internas, para produzir um efeito de tecido, na fachada principal está o monograma da grife. Esta metáfora arquitetônica foi inspirada nos trajes de gala de Jonh Galliano, com faixas de tule atando-a a cada pavimento.
Durante o dia transmite a ideia de elegância, feminilidade e modernidade, já no período da noite brilha como se fosse uma jóia. Projeto dos arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, do escritório SANAA
Detalhe: ao invés dos convencionais espelhos dentro dos provadores, as cabines tem uma câmera que tira foto da pessoa e projeta a imagem um uma tela no provador de 3 em 3 segundos. Chique não?
Foto: fashiontraveller.com
Foto: markb-photo.que.jp
Foto: 0III.com
Foto: markb-photo.que.jp
Fachada principal no período da manhã, no final da tarde e a noite.